Grito de alerta. ARTISTAS agonizam na Pandemia.
Artistas agonizam. Nós artistas somos
assim... Orgulhosos. Vaidosos. Trabalhamos com a aparência, levamos a alegria,
a diversão e muitas vezes não suportamos ver a nossa imagem sem o “glamour” ou
arranhada pela necessidade.
Sempre
vivemos de arte. Há décadas. Mas no momento estamos mal. MUITO MAL. Vivendo de
ajuda. Infelizmente não estamos sós. Artistas agonizam. Fomos nocauteados. A classe
artística está na lona. Impedidos de trabalhar e agonizando. Este ano
esquece... já era. Tudo fechado. Tudo parado. Estamos morrendo. Muitos de nós
passando fome. Sendo despejados de suas casas. Outros perdendo apartamento por
não pagar condomínio. Luz cortada... uma calamidade! Nome sujo... Um desastre.
Tentamos a
todo custo fazer caber na internet o que não interessa consumir neste veículo.
Convencer o público, com tantas opções grátis na WEB que este ou aquele
espetáculo é bom... que aquela “aula remota de teatro” é o máximo.... Acredite....
É uma missão quase impossível.
Pessoas não
querem gastar. Quando tem para gastar diz que ninguém aguenta mais programas
online. É só falar em “live” que o povo torce o nariz.... Tentar se reinventar
a cada minuto é tarefa estafante... Estamos exaustos! O público espera que as
coisas voltem ao normal. Nós também. Mas como sobreviveremos até lá???
Perderemos o pouco que nos resta?
Semana
passada um colega, morre em seu apartamento aqui em Sampa. Em seu lixo sacos de
bolachas. Não procurou ajuda. Vários meses comendo BOLACHAS! Vergonha de pedir
ajuda. Morreu de fraqueza. Morreu de desgosto. Aquele que alegrou a vida de
tantos.... Morreu assim. Só. Comendo bolachas...
Temos que
nos ajudar. Entrar em contato. Ver como as pessoas estão. Não ter vergonha para
pedir. Neste momento é tentar preservar a saúde mental nos fortalecendo e não
ficando a sós.
Não
deixemos de ajudar com qualquer quantia o Fundo Social do SATED/SP. Desta forma
teremos a certeza que os nossos colegas estão ao menos se alimentando.
MENOS
BUROCRACIA. Tentar promover editais menos burocráticos. Muitos de nós não
entramos com projetos por não termos conhecimento OU muita dificuldade. Outros não
conseguem por estar devendo, com o nome sujo, ou porque otimistas fizeram
empréstimos bancários e não puderam pagar... enfim. Nem só de cesta básica vive um homem.... Como ficar em casa? Sem
incentivo? Sem auxílio governamental? Como preservar a saúde e a vida desta
forma?
Dizer
para FICAR EM CASA??? Para quem tem que
sair para sobreviver??? É dar uma de Rainha Maria Antonieta: “Quem não tem pão
come Brioches....” Vira e mexe vemos alguns em sua “fortificação” em seu “castelo”
dizendo para a plebe ficar em casa.... Muita alienação... Isso é conselho
hipócrita de quem não passa necessidade.
Emilio
viveu durante parte de sua vida os reflexos da 2ª guerra mundial e afirma que
estamos vivendo a 3ª guerra mundial.
Ajude o
seu parente ou amigo artista. Dê presente. Coloque anonimamente em sua caixa de
correio uma quantia em dinheiro. Faça uma “comprinha” no mercado ou na feira, um
“queijo”, um bolo.... uma comida pronta.... um congelado... peça para um motorista entregar, de preferência nem precisa se
identificar... Ajude a
financiar algum projeto. Compre os seus ingressos de espetáculos online. Valorize o seu trabalho. Se
coloque de alguma forma a disposição.
Nós
artistas somos assim... Orgulhosos. Vaidosos. Trabalhamos com a aparência, levamos
a alegria e muitas vezes não suportamos ver a nossa imagem sem o “glamour” ou
arranhada pela necessidade.
São raros
aqueles que tem uma situação estável e estejam bem. Podem até fazer pose.
Postar coisas “fofas” na “internet” mas NÃO estão bem. Tem “rolado” um ou outro
trabalho com incentivo mas quase sempre a grana é pouca.... POUCO dinheiro,
acredite POUCO dinheiro...
Que os
projetos em teatro ou cinema cancelados por serem presenciais sejam revistos e
adequados ao formato eletrônico! Temos necessidades
urgentes! Que
alguém nos ouça! Que possamos nos ouvir! Juntos
somos mais fortes! (Crys Fontana 14.04.2021)
