terça-feira, 30 de junho de 2015

22.06.2015. HOMENAGEM aos anônimos e heróicos batalhadores culturais de São Paulo.


Homenagem a Emilio Fontana de SATED/SP e PRÓTV

Quero agradecer ao SATED/SP, no evento representado pela sua presidenta Ligia de Paula Souza, ao Clery Cunha meu colega de profissão Faby Oliveira sua esposa, competente produtora e a querida Lucienne Cunha e não podendo esquecer desta guerreira Lilian Gonçalves. Mas a importância desta festa é que ela não foi para mim, mas para os anônimos e heróicos batalhadores culturais de São Paulo. Diante deles sinto-me um coadjuvante. São anônimos por que, como sempre que pode, Nelson Mota comenta “os brasileiros não sabem cultivar os seus heróis, ou os esquecem ou fazem troça deles”. Aqui no meu canto, porém, posso dizer apenas que tenho algumas boas lembranças. Procurei o novo desde cedo, com um grupo de colegas fundei o Teatro de Arena, depois, numa ação inédita, lutei por um teatro popular (Pequeno Teatro Popular hoje Teatro Popular do SESI), preocupado em levar o operário ao teatro e mais tarde dei oportunidade para que subissem num palco a uma multidão de pessoas vindas das mais míseras cloacas de nossa cidade. Fui criticado por isso. Mas faz parte... Por outro lado, Ah! Como esquecer de que, por oito vezes seguidas, fui levado por meus colegas de classe a presidir as 8 assembléias da classe teatral e SATED que culminaram com a regulamentação de nossa atividade profissional. Nosso tão almejado DRT. Essa sim é uma medalha que ninguém jamais poderá tirar do meu peito. Fiz cinema e quando eu o fiz, o fiz com o coração na câmera. Por isso a escolha da exibição do NENE BANDALHO em minha homenagem foi marcante. Por que meu amigo Plínio Marcos indiretamente estava ao meu lado nesta celebração. Homenagem póstuma? Ninguém quer... A todos que estiveram presentes nesta linda festa realizada dia 22 de junho de 2015 o meu muito obrigado!
Emilio Fontana

 

 

domingo, 14 de junho de 2015

SATED/SP homenageia Emilio Fontana 22.06.2015. Exibição NENE Bandalho


PTP. O Pequeno Teatro Popular de Emilio Fontana. Mentiras, Verdades e omissões Históricas.


1955 O SURGIMENTO DE UM TEATRO POPULAR NO BRASIL. 2015. PTP 60 ANOS.                     

PTP. O Pequeno Teatro Popular de Emilio Fontana. Mentiras, Verdades e omissões Históricas.

Ao deixar o Teatro de Arena, do qual sou fundador, procurei criar um espaço onde pudesse por em prática a direção. Já na EAD, como aluno (influência francesa de meu mestre Alfredo Mesquita) me encantei com o Theatre Nacional Populaire (TNP)... Jean Vilar, Maria Cazares, Gerard Philippe, Pallais de Chaillot...

Decido criar então o PTP Pequeno Teatro Popular (inspirado no TNP), projeto de espetáculos (clássicos quando possível) para um público de operários. Que funcionou assim: um contato com os sindicatos que recebiam convites, carimbando no verso a sua sigla e os mesmos distribuídos nas fábricas, no auge cheguei a distribuir convites que atingiriam 1milhão de pessoas ou seja 600 mil convites para o operário e sua família. Coloquei no Teatro São Paulo (maravilhoso teatro paulistano hoje demolido)10 mil espectadores em 10 sessões.

Infelizmente tinha problemas de saúde em minha família, meu pai Alberto Fontana portador de doença crônica piorava ano a ano. Tive que abandonar o projeto do PTP. Para que tudo que havia construído não se perdesse tive uma idéia. Ao longo de nossas temporadas uma das fontes onde ocorria a distribuição dos convites, era o Teatro do SESI, uma iniciativa de incentivar a produção de peças teatrais nas fábricas, tudo conduzido por um funcionário do SESI, Osmar Rodrigues Cruz, do qual me tornei muito amigo. Assim, foi com naturalidade que passei para o Osmar tudo o que havia conseguido: listagem dos sindicatos, respectivos contatos, repertório de peças ainda não montadas, modelo de pesquisa que fazíamos ao público (formação de público), recomendações e instruções de como o público deveria se portar durante uma apresentação teatral para não atrapalhar o evento e os outros espectadores, etc. Fiz esta transferência de conhecimento em nome do TEATRO. Para que esta forma de socialização fosse propagada. Fiz isto para que o TEATRO POPULAR não morresse!

De fato, com novo formato o Teatro do SESI estréia no Teatro Aliança Francesa com uma comédia de Marivaux (na qual estive presente) daí para a frente se autodenominando Teatro Popular do SESI.

Em tempo: O Prof. Miroel Silveira, ECA-USP, pretendendo fazer uma tese sobre o teatro popular no Brasil, pediu-me tudo o que eu tivesse sobre o PTP para alimentar o seu trabalho. São fotos e exemplares das primeiras filipetas, já em álbuns, em formato retangular e as mais recentes com aparência de ingresso. Com a morte precoce do professor está se procedendo a uma busca desse material ainda não localizado.

Felizmente em São Paulo/SP no ano de 2007 CRISTIANE MARIA FISCHER FONTANA realizou na Faculdade Mozarteum de São Paulo um trabalho de pesquisa intitulado: Curso Livre de Teatro Emilio Fontana. Um método de interpretação para iniciantes. Sua origem na Escola de Arte Dramática e no Pequeno Teatro Popular. Monografia registrada na Biblioteca Nacional. Nº 420.300 Livro 785 Folha 460. Neste trabalho nas páginas 27 a 39 tudo está documentado. Há inclusive uma citação de meu nome pelo próprio Osmar em seu livro: “Possuindo um publico, qualquer movimento teatral, com um bom repertório, estará realizando um trabalho popular (...) Perguntamos quais os movimentos que alcançaram  esse movimento primordial? Na verdade, lembramos apenas do Pequeno Teatro Popular, Emilio Fontana, seu fundador, seguido de Libero Rippoli Filho, e atualmente O TEATRO POPULAR DO SESI.”

Bibliografia:

FONTANA, Cristiane Maria Fischer. Curso Livre de Teatro Emilio Fontana. Um método de interpretação para iniciantes. Sua origem na Escola de Arte Dramática e no Pequeno Teatro Popular. Monografia não publicada. Disponível para consulta na FAMOSP e também na Biblioteca da ECA/USP.

CRUZ, Osmar Rodrigues. Osmar Rodrigues Cruz: uma vida na arte. São Paulo: Hucitec, 2001.