DECLÍNIO E QUEDA DO IMPÉRIO CAPITALISTA
Emilio Fontana - janeiro de 2015
Advertência: este título foi inspirado na obra clássica do
historiador inglês do século XVIII Edward Gibbon “The Decline and Fall of the
Roman Empire”.
Capítulo 1 Roma e a
sociedade contemporânea. Roma no seu auge possuía estradas pavimentas e
policiadas que permitiam viagens seguras até o extremo oriente, por exemplo. Água
encanada, trânsito disciplinado com sinais, por exemplo, de contramão, sem
falar num aparato judiciário tão perfeito que serve de modelo até os dias de
hoje, coisa que aliás todo o mundo sabe.Uma capacidade de organização e métodos
que permitiu instalar no norte da África uma produção gigantesca de trigo que
abastecia o império, tanto que acabou recebendo o apelido de “Celeiro de Roma”,
isto falando da vida prática, sem tocar no lado intelectual propriamente dito
como, a literatura o teatro e as artes em geral, tudo vivo até hoje. Aí a
pergunta: como que uma coisa dessas desaba e desmorona e vira nada, vira o
caos?
No meu bairro, agora (assim como em outros lugares)
lançamentos de edifícios com 30 andares, quatro suítes, quatro garagens e etc. 1 Milhão e meio de dólares. É um luxo que
vivemos e que se espalha por todas as camadas da população. Todo o mundo
precisa de que tragam um javali assado carregado por quatro serviçais. Repare
reservadas as devidas proporções que este é o desejo de toda uma sociedade
contemporânea.
Capítulo 2 Antene-se: temos mais de um celular por habitante deste
país... que a cada semestre o modelo do aparelho fica ultrapassado. Minha
mulher é resistente a mudanças repentinas e ouviu há algum tempo nossa
empregada: “a senhora tem que jogar esse tijolo fora e comprar um aparelho
novo, pelo menos igual ao meu...” Quer dizer que você não
pode mais ficar sossegado no seu canto, por que alguém já vem: “ você não tem
wat’s up?”
Capítulo 3 Observe:
a crise na OMC, o problema das barreiras alfandegárias, passo a passo ficam
insolúveis. Para dar para um, vai ter que tirar da boca do outro. Quem cresceu,
cresceu. Você Brasil vai ter que exportar “comodiies”, é... mas a gente
queria..., não não tem o que querer. Bota então um brasileiro na presidência da
OMC “AH.ISSO A GENTE BOTA, MAS FICA TUDO
COMO ESTÁ”
Tudo está no limite.
Capítulo 4 Note:
a crise energética. Há alguns anos atrás, falava-se que a crise do sistema
explodiria em 2050. Eu amadoristicamente fiz a seguinte comparação: a água
ferve a 100 graus, ta certo, mas eu pergunto quem poe a mão dentro da panela a
70 gráus? E não deu outra, crise da água, crise na energia, ou a tal da bandeira vermelha na
conta de luz que não me deixa mentir?
Capítulo 5 Vamos
brincar de comparar: será que a pressão das hordas bárbaras nas fronteiras
do Império, que Gibbon aponta, não tem nada a ver com os rolezinhos em shoppings
(templos do Capitalismo) e as invasões em condomínios em Paraisópolis? Os
arrastões nos congestionamentos?
Capítulo 6 Aí eu
visualizo:Os shoppings apagados, sem luz e invadidos, os invasores aproveitam
o material das instalações e fazem pequenas fogueiras para cozinhar algo, lê-se
no alto “LO A DAS C ECAS”
A Av. 23 de Maio com horários de comboio de força policial, nas encostas da avenida,
milhares de miseráveis,em turba descem e
atacam aquele que passar com seu carro desprotegido do comboio.
Diálogo no edifício de 30 andares:
“Eu compro seu apartamento no 1º andar, dou minha cobertura
em troca...” ...é que o elevador só
funciona 2 vezes ao dia e nos andares superiores moram pessoas de maus hábitos
e que não fazem questão de usar as escadas que andam cheias de lixo e só têm
iluminação natural.
Uma internet como há temos precisa de energia para
funcionar, aí vem o colapso e a única forma que sobrevive é o correio de modo
primitivo com algo, quando possível escrito à mão. Sabemos que podemos produzir
papel em casa e o carvão para escrita existirá em abundância.
Capítulo 7 Um último
olhar: a luta de classes. Ora, as greves estão somente reservadas para o
setor do poder público. Patrões e empregados estão abraçados aos beijos e
abraços contra um inimigo comum, um verdadeiro monstro do mal, o ambientalista:
-- ele quer que eu feche minha indústria, como faço para
pagar o meu Esquilo?
-- será que tenho de perder o meu emprego, e as Casas
Bahia...?
Mas é inútil, o Capitalismo está já comendo o próprio rabo:
o “Declíne” e logo virá “the Fall” , e o que virá depois? Os economistas
responsáveis sabem que a queda vem aí, mas o que vem depois ninguém sabe.
Uma visão pessimista? Quem diria que São Paulo fosse virar
sertão...
Mas não esquenta a cabeça isso tudo é para 2050...
Emilio Fontana - janeiro de 2015