segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015


DECLÍNIO E QUEDA DO IMPÉRIO CAPITALISTA
Emilio Fontana - janeiro de 2015
Advertência: este título foi inspirado na obra clássica do historiador inglês do século XVIII Edward Gibbon “The Decline and Fall of the Roman Empire”.

Capítulo 1 Roma e a sociedade contemporânea. Roma no seu auge possuía estradas pavimentas e policiadas que permitiam viagens seguras até o extremo oriente, por exemplo. Água encanada, trânsito disciplinado com sinais, por exemplo, de contramão, sem falar num aparato judiciário tão perfeito que serve de modelo até os dias de hoje, coisa que aliás todo o mundo sabe.Uma capacidade de organização e métodos que permitiu instalar no norte da África uma produção gigantesca de trigo que abastecia o império, tanto que acabou recebendo o apelido de “Celeiro de Roma”, isto falando da vida prática, sem tocar no lado intelectual propriamente dito como, a literatura o teatro e as artes em geral, tudo vivo até hoje. Aí a pergunta: como que uma coisa dessas desaba e desmorona e vira nada, vira o caos?

No meu bairro, agora (assim como em outros lugares) lançamentos de edifícios com 30 andares, quatro suítes, quatro garagens e etc.  1 Milhão e meio de dólares. É um luxo que vivemos e que se espalha por todas as camadas da população. Todo o mundo precisa de que tragam um javali assado carregado por quatro serviçais. Repare reservadas as devidas proporções que este é o desejo de toda uma sociedade contemporânea.

Capítulo 2 Antene-se:  temos mais de um celular por habitante deste país... que a cada semestre o modelo do aparelho fica ultrapassado. Minha mulher é resistente a mudanças repentinas e ouviu há algum tempo nossa empregada: “a senhora tem que jogar esse tijolo fora e comprar um aparelho novo, pelo menos igual ao meu...”                        Quer dizer que você não pode mais ficar sossegado no seu canto, por que alguém já vem: “ você não tem wat’s up?”                                             

Capítulo 3 Observe: a crise na OMC, o problema das barreiras alfandegárias, passo a passo ficam insolúveis. Para dar para um, vai ter que tirar da boca do outro. Quem cresceu, cresceu. Você Brasil vai ter que exportar “comodiies”, é... mas a gente queria..., não não tem o que querer. Bota então um brasileiro na presidência da OMC  “AH.ISSO A GENTE BOTA, MAS FICA TUDO COMO ESTÁ”

Tudo está no limite.

Capítulo 4 Note: a crise energética. Há alguns anos atrás, falava-se que a crise do sistema explodiria em 2050. Eu amadoristicamente fiz a seguinte comparação: a água ferve a 100 graus, ta certo, mas eu pergunto quem poe a mão dentro da panela a 70 gráus? E não deu outra, crise da água, crise na  energia, ou a tal da bandeira vermelha na conta de luz que não me deixa mentir?

Capítulo 5 Vamos brincar de comparar: será que a pressão das hordas bárbaras nas fronteiras do Império, que Gibbon aponta, não tem nada a ver com os rolezinhos em shoppings (templos do Capitalismo) e as invasões em condomínios em Paraisópolis? Os arrastões nos congestionamentos?

Capítulo 6 Aí eu visualizo:Os shoppings apagados, sem luz e invadidos, os invasores aproveitam o material das instalações e fazem pequenas fogueiras para cozinhar algo, lê-se no alto “LO A DAS C ECAS”

A Av. 23 de Maio com horários de comboio de  força policial, nas encostas da avenida, milhares de miseráveis,em turba  descem e atacam aquele que passar com seu carro desprotegido do comboio.

Diálogo no edifício de 30 andares:

“Eu compro seu apartamento no 1º andar, dou minha cobertura em troca...”  ...é que o elevador só funciona 2 vezes ao dia e nos andares superiores moram pessoas de maus hábitos e que não fazem questão de usar as escadas que andam cheias de lixo e só têm iluminação natural.

Uma internet como há temos precisa de energia para funcionar, aí vem o colapso e a única forma que sobrevive é o correio de modo primitivo com algo, quando possível escrito à mão. Sabemos que podemos produzir papel em casa e o carvão para escrita existirá em abundância.

Capítulo 7 Um último olhar: a luta de classes. Ora, as greves estão somente reservadas para o setor do poder público. Patrões e empregados estão abraçados aos beijos e abraços contra um inimigo comum, um verdadeiro monstro do mal, o ambientalista:

-- ele quer que eu feche minha indústria, como faço para pagar o meu Esquilo?

-- será que tenho de perder o meu emprego, e as Casas Bahia...?

Mas é inútil, o Capitalismo está já comendo o próprio rabo: o “Declíne” e logo virá “the Fall” , e o que virá depois? Os economistas responsáveis sabem que a queda vem aí, mas o que vem depois ninguém sabe.

Uma visão pessimista? Quem diria que São Paulo fosse virar sertão...

Mas não esquenta a cabeça isso tudo é para 2050...
Emilio Fontana - janeiro de 2015

Nenhum comentário:

Postar um comentário